quarta-feira, 16 de abril de 2014

Seja esta mente o silêncio da solidão

Entender a necessidade do silêncio é como interpretar poesias antigas, onde existem diversos os motivos, as escolas e os gêneros das palavras. Perceber o quanto este silêncio é necessário e divino acalenta a mente e me permite descansar.

Sou vítima do silêncio, pois ele é tão necessário a minha alma quanto o ar que respiro, é através dele que me expresso nas mais pura musicalidade, compreendo os cenários, divago sobre a vida que aqui estou e a vida que aqui levo.

Por vezes fui contemplado com silêncios eternos, o ócio do silêncio e sua bela sinfonia, em todas entende sua necessidade em cada fase da minha vida, entendi que o divino da ausência de qualquer som é fundamental para minha vida e muito além disto, percebi o quanto a solidão do meu corpo me extasia.

Solidão é outra das minhas necessidades, por existir em meu interior uma mente incansável, ausente de pausas, mesmo quando eu paro, a presença de outros me limitam ao cotidiano da vida, a perceber suas falhas e seus defeitos, e por vezes suas alegrias e conquistas, portanto a solidão permite descansar das mazelas da vida e de sua rotina diária.

É ela minha divina comédia, minha companheira de sonhos e meu caminho mais centrado, através da solidão contemplo o mundo por diversas fatias, as perspectivas que esta me permite dificilmente uma presença tocável entenderia.

Mas nem tudo são flores, tanto o silêncio e a solidão me fazem enxergar as agonias do mundo e tornam minhas angústias insuportáveis. É nestes momentos de compaixão a vida, que as fumaças acinzentadas da vida me consomem e parcialmente destroem meus mais sinistros sonhos.

Porém, sou passível de tortura quando me mantenho no mais profundo silêncio acompanhado da mais bela solidão, minha cabeça se contamina com tantos "por quês", "poréns" e verdades, que por vezes me entristeço com o universo.

De nada adiantaria perceber suas necessidades se não fossem por eles minhas maiores paixões, afinal foram ambas que trouxeram minha autocompreensão de existência, foi criando e recriando meu mundo que passei a compreender minha mente, foram através de angústias e sinceridades que criei meus sonhos, afinal o ócio e o acaso me fazem refletir sobre o ser que internamente habito.

Para um amante da música, o silêncio parece incompreensível, porém mal sabem o que ele me permite escutar, muito além disto, mal sei o que a soma com a solidão me permite buscar.

Talvez é através do silêncio que permito entender minha solidão no mundo de tantos barulhos e companhias, talvez jamais serei compreendido por gostar e amar essa necessidade.

Seja a solidão meu eterno silêncio, compreenderei o universo e suas compaixões através do barulho e das companhias da minha alma inabitável por qualquer ser, pois somente o ser que habito compreenderá a paixão e a agonia da minha paciência em companhia aos meus pensamentos barulhentos.

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